quarta-feira, 26 de agosto de 2009

ENTROU PRA HISTÓRIA


SOBREVIVENTE DO NAUFRÁGIO DO NAVIO ITACARÉ .
Sr. LUIZ PITHON PINTO

No dia 23 de agosto, próximo passado fez 70 anos do naufrágio do Iate Itacaré, na entrada da Barra da Baía do Pontal.

O jornal A TARDE de Salvador, no seu caderno de domingo contou um pouco deste naufrágio, que aconteceu na manhã de quarta-feira, 23 de agosto de 1939. Diz o
jornal que a embarcação partiu de Salvador por volta das 19h30, com 66 pessoas a bordo. Ao amanhecer por volta das 8h40, segundo relatos nos periódicos da época, o iate tombou. Morreram 25 pessoas.

Dos 41 sobreviventes, entre tripulantes e passageiros estava LUIZ PITHON PINTO, com 20 anos na época. Hoje com 90 anos conta como se salvou do naufrágio. Seu PITHON era funcionário do Banco do Brasil em Ilhéus e voltava de Salvador onde fora fazer as provas conclusivas do curso de perito-contador.

Segundo ainda seus relatos, dizia ele, que dormia tranqüilo quando o iate tombou e a vigia do quarto que ele dormia ficou para baixo, aí foi um Deus nos acuda, era gente saltando no mar e outros presos na parte interna do barco.

ERA A MORTE” – assim Luiz Pithon pensava naquele momento. Contou que o capitão arrancou a cama e começou a bater contra a divisória de madeira do cômodo onde estavam e conseguiu abrir passagem. Depois de passar por vários obstáculos e tentar salvar seu companheiro e não conseguindo se atirou no mar. Enquanto nadava em direção a praia tentando aproveitar a corrente marítima ouvira uma voz em chamamento: “Moço! Ô moço! Para onde é que o senhor vai? Olha pra cá, vira à esquerda os olhos”. Era um saveiro que prestava os primeiros socorros. Fui resgatado. “Tô salvo” exclamou Pithon.


Muita especulação ronda o fato, à cerca das causas reais do acidente. Na época não se soube de fato o que causou. Se foi o mar revolto, se erro humano ou se fatalidade. Hoje, nos 70 anos do naufrágio, seu Luiz Pithon Pinto, talvez o único sobrevivente ainda vivo da tragédia, se diz renovado só em relembrar a tragédia.

Fiz questão de relatar este fato por achar que muitos ilheenses não tiveram a oportunidade de ter lido esta matéria no Jornal A TARDE, e para que fique registrado mais este fato histórico de Ilhéus. E também para saber dos nossos leitores se o Sr. Pithon, ainda mora aqui em nossa cidade ou na capital baiana.

Rezende

2 comentários:

Anônimo disse...

Caro Resende:
Sou filha de Luiz Pithon Pinto. Procurando casualmente o nome de papai no Google, encontrei este blog e foi uma grande emoção para mim ler, neste momento especial, este relato desse episódio que foi tão importante na vida do meu pai. Disse neste momento, em especial, porque há poucos dias, no dia 26 de agosto, me pai faleceu em Salvador, aos 93 anos de idade. Partiu em paz, logo de uma vida plena e feliz, deixando muitas recordações e saudades em sua esposa, seus 3 filhos, parentes e amigos que tivemos o grande privilégio de conviver com a pessoa maravilhosa que foi meu pai. Atendendo ao seu pedido, suas cinzas foram depositadas no mar que ele tanto amava e do qual ele se salvou, há 73 anos atrás, como foi mencionado no seu relato.
Foi muito grato para mim, como já mencionei, ler neste momento esta bonita homenagem feita a um dos sobreviventes do naufrágio do Itacaré, meu querido pai! Ele agora descansa em paz!
Thais Silva Pinto

Anônimo disse...

Comunico a esta instituição o falecimento de meu pai LUIZ PITHON PINTO, aos 93 anos de idade, ocorrido em 26 de agosto de 2012 na minha residência, na cidade de Lauro de Freitas, Região Metropolitana de Salvador, Bahia. Atendendo ao seu pedido, eu e meus irmãos depositamos as suas cinzas nas águas do mar do Porto da Barra, última praia que meu pai frequentou, até seus 90 anos de idade, época da reportagem dos 70 anos do naufrágio. Atenciosamente,
Luiz Gonzaga Pinto
gonzaga.pinto@hotmail.com