domingo, 25 de agosto de 2013

”BOM DIA MÔ JOVIS!!”

(By Carlota)


José Eduardo de Almeida ou simplesmente Eduardo ou Duda ou ainda FUSCÃO PRETO

Fuscão Preto, um dos filhos de Dona Martinha, mulher guerreira que para criar seus muitos filhos, se redobrava vendendo abará, acarajé, cerveja, sarapatel e outras iguarias. Sendo mãe de Fuscão, e pela grande quantidade de filhos que produziu, Dona Martinha poderia ser chamada tranqüilamente de Volkswagen do Brasil S/A.

Quando Fuscão trabalhava na Brahma, localizada na Av. Canavieiras, bem em frente a sua casa, tinha como seu chefe Carlos Macêdo, nessa época aconteceu um fato bastante curioso, o que demonstra claramente a educação que sua mãe impunha aos seus filhos. Carlos notou a ausência de Fuscão no depósito, sem que o mesmo tivesse solicitado uma saída para algum lugar. O malandro só foi descoberto, quando houve necessidade de se fazer uma contagem nos vasilhames de cerveja para realizar uma carga num caminhão. Quando Carlos subiu nas pilhas para efetuar a contagem, notou um espaço entre as pilhas de vasilhames. Aproximou-se e deparou-se com Fuscão em pleno ronco e com algumas garrafas de cervejas e Malzbier abertas ao seu redor. Como se tratava de uma pessoa amiga e que precisava do emprego se chamou Dona Martinha para presenciar a cena bizarra. Ela, quando viu o quadro patético de Fuscão, não se conteve e gritou veementemente: - “Duda, levante daí, pois vamos ter que acertar esse assunto em casa e agora!”. Fuscão, ainda cambaleante e mamado, levantou-se com dificuldade e nada esboçou. Dona Martinha o segurou pelas orelhas e rebocou o pinguço até sua casa, onde o pau comeu solto! Fuscão tomou uma surra de “currião de couro” como castigo.

Na ADEC-100, associação dos ceplaqueanos que antecedeu a AFC-Ilhéus, Fuscão Preto como era e ainda é carinhosamente chamado, fez parte de dois acontecimentos hilários:


1 - Fuscão na época era homem de confiança de Ernesto Meu Rapaz, então candidato a Presidente daquela Associação. A concorrência das chapas foi entre Ernesto X Serafim.

No dia da eleição, no Bar dos Coronéis, palco dos babas e dos encontros semanais dos ceplaqueanos e convidados, amanheceu com uma farofa de dendê, bombons, uma vela acesa e o retrato de Ernesto no meio do traçado, em baixo de uma amendoeira.

Ernesto Meu Rapaz, para ganhar os votos da galera, colocou um enorme isopor, tipo container, abarrotado de latinhas geladinhas, protegidos por uma barraca de camping e designou seu homem de confiança, Fuscão Preto, para distribuir as latinhas aos seus eleitores, inclusive os indecisos.

Nessa hora até Tonho Tolôco e sua chapa foram chamados para beber a cerveja 0800 de Ernesto Meu Rapaz, diziam a Fuscão que iam votar com certeza no patrocinador das gelosas. Em determinado momento, Lindolfo, que era o mesário, informou o encerramento da votação e que ia começar a apuração imediatamente. A Chapa de Meu Rapaz, que ainda tinha Pita, Edson Mão de Obra, Moraes Caçolão e outros, já começavam a desfilar com um andarzinho marrento de já ganhamos e com olhar de desdém de chapa vencedora.

A contagem foi acirrada, voto a voto e, no final, Lindolfo decretou a vitória de Tonho Toloco por 01 voto de diferença.

Ernesto Meu Rapaz, bastante chateado, pediu a Fuscão uma latinha gelada para esfriar a cuca e comentou:
- Duda, se tivesse obtido mais um votinho, um votinho sequer a meu favor, cara eu garantia o empate e seria o vencedor por ser mais velho.
Aí Fuscão, com o rabo cheio de cervejas de latinha, chapado lembrou e falou para Ernesto:
- Hi! Veio fiquei bebo, esqueci-me de votar!

2 – Um dia, em um Torneio Caixeiral, Fuscão se fantasiou de jogador, vestiu um meião atochado até a virilha e disse que queria jogar. Na condição de jogador e técnico, para não perder o roupeiro (Fuscão), Carlos Macêdo disse a ele que era pra ter paciência, porque que todos iriam participar do jogo, inclusive ele.


Na partida semifinal, Fuscão ficava lembrando ao Técnico que só ele ainda não tinha jogado. Como a partida estava bastante difícil, Carlos aguardou um placar seguro para colocar Fuscão em campo. Fuscão entrou sem ninguém sair. Ninguém percebeu que a ADEC-100 estava com 12 jogadores em campo. Fuscão ia de um lado para outro, correu todos os cantos do campo, nem sequer triscou na bola porque, aonde ele ia os donos das posições o mandavam procurar outro lugar no campo. Até que Carlos notando que ele não se aguentava mais em pé, estava exaustivamente cansado de tanto correr sem sem bola, e o tirou da partida para preservá-lo de um infarto. O técnico mandou o “craque” descansar definitivamente da partida. Foi aí que o juiz, bandeirinhas e mesários notaram que a ADEC-100 estava com um jogador a mais, o estádio inteiro deu risadas e a plateia toda foi ao delírio.



 

Mas, falar das gafes de Duda é fácil, pois sua presença é traduzida em alegria e descontração para todos, seja no seu local de trabalho, na associação e, principalmente no ônibus ao saldar todo mundo com um sonoro ”Bomm dia mô Jovis!”, durante as idas e vindas para a Ceplac, onde as brincadeiras, palitinhos, piadas, cantorias e causos, transformavam as viagens curtas e serviam como uma descarga de tensão, pois sempre chegávamos ao destino, totalmente leves de tanto rirmos com   naturalidade e sabedoria as adversidades que a vida nos impõe. Fuscão, principalmente por causa do seu astral alegre e positivo. Isso tudo graças a participação de Fuscão Preto, cujo problema ocorrido com ele não tirou  sua alegria e descontração, sendo um bom exemplo de como encarar com naturalidade e sabedoria as adversidades que a vida nos impõe.

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